MARINA SILVA COLOCA UMA PEDRA NA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NOS OCEANOS EM EVENTO ORGANIZADO PELA FRANÇA EM NICE 3l2730
A ministra do Meio Ambiente do governo Lula, Marina Silva, não engana mais a ninguém. No Brasil, a sua última aparição pública foi num depoimento a uma comissão do Senado, onde teve uma patética participação, ficou desconfortável e sem respostas convincentes. Para “marcar” a sua posição, preferiu usar o escudo do sexismo, da mulher negra e pobre, um velho chavão vitimista, para abandonar o debate e se retirar da sala dando as costas aos parlamentares. Agora, chega mais uma notícia de uma participação internacional, onde ela se sente a vontade, como uma estrela. De Nice, na França, na Conferência Sobre os Oceanos (UNOC), ela defende algumas propostas como a “eliminação gradual da produção de petróleo e gás”. O evento é organizado pelo governo da França, com apoio da ONU e de fundações voltadas à “agenda oceânica.”
Sw alguém ainda tinha dúvidas de qual posição ela ocupava, se a favor ou contra os interesses econômicos brasileiros, agora claramente envolta pela bandeira dos ambientalistas internacionais, basta ver suas palavras: “Este é um momento decisivo na nossa jornada coletiva para proteger o oceano e responder à crise climática global.” Batizada de Desafio da NDC Azul, a proposta parte da falsa premissa de que os oceanos são apenas vítimas das mudanças climáticas. O movimento incorpora o oceano em seus compromissos climáticos, querendo fomentar o intercâmbio e a implementação de soluções baseadas nos ecossistemas marinhos.
O apoio brasileiro através da iniciativa de Marina Silva, uma espécie de professora do Mobral Ambiental, mestra do atraso, pode significar o mesmo que ela pegasse o telefone e fizesse uma ligação para dar uma notícia à presidente da Petrobrás: “Alô, Magda? Olha, esquece a Margem Equatorial enquanto eu estiver comandando o lenga-lenga do Ibama.” A permanência de Marina Silva no andar de cima do governo só demonstra que Lula está de saco cheio de governar. Não tem mais poder sobre Marina, mas usa a imagem dela para parecer bonzinho. Foi inconcebível o convite feito para ser minsitra, depois dela cansar de fazer discursos públicos, dar entrevistas, chamando Lula de corrupto, de ter roubado a Petrobrás e de ser lavador de dinheiro. Se alguém dúvida dessas afirmações, basta dar um Google buscando saber mais das opiniões de Marina sobre o presidente Lula.
A proposta defendida neste fórum é absolutamente contrária aos interesses do Brasil, defendida internacionalmente neste encontro que também marca os 10 anos do Acordo de Paris e busca ampliar o papel dos oceanos no enfrentamento da crise climática, tão negada e criticada por professores, pesquisadores, inclusive alguns brasileiros, como o professor Ricardo Felício (para conhecer melhor, procure por ele no Google).
O anúncio de Marina, obviamente, foi bem recebido por ambientalistas e movimentos sociais. Outra ambientalista brasileira, Luene Karipuna, coordenadora executiva da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (APOIANP), também fez a mesma defesa. Pareceu combinado, mas ela questionou a contradição entre o discurso oficial e a tentativa de liberar a exploração de petróleo na costa amazônica sem consulta adequada aos povos indígenas. “Não adianta querer ser líder climático só no discurso. As ações precisam
ser concretas e coerentes. Por que o Brasil quer explorar petróleo nas águas costeiras da Amazônia, fingindo que não existimos e ignorando os impactos que já ocorrem?”
Bruna Campos, coordenadora sênior da campanha de Petróleo e Gás Offshore do Center for International Environmental Law (CIEL), também foi na onda, por falar em oceano: Para ela, a sinalização do Brasil é positiva, mas precisa se traduzir em decisões concretas. “O Brasil defender o fim gradual do petróleo e gás offshore é um avanço na direção certa. Mas palavras precisam ser acompanhadas de ação: nenhuma nova licença ou autorização deve ser concedida, e as atividades em andamento precisam ser revistas.”
A Ministra Marina Silva afirmou que o Brasil pretende chegar à COP30, que será realizada em novembro em Belém, com os oceanos no centro da agenda de implementação. Ela destacou que o Brasil tem avançado em políticas públicas para a conservação e restauração de ecossistemas costeiros e marinhos, além de incorporar medidas oceânicas nas suas NDCs. “Esperamos que a COP30 marque um ponto de virada, não apenas para a proteção das florestas, mas também para a proteção e restauração dos nossos oceanos.”
Se a Petrobrás acredita mesmo que o Ibama irá liberar a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, a 500 quilômetros da costa, desista, pode tirar o cavalo da chuva. Só depois da COP 30 e, mesmo assim, se o governo Lula quiser enfrentar as ONGs internacionais e desfazer a sua imagem, como o Petronotícias previu através de uma fonte de Brasília. E ainda assim, com a demissão de Marina e seus blue caps do Ibama. Como sintetizou a ministra ao encerrar a sua participação em Nice: “já temos as soluções técnicas, o que falta é o compromisso ético com a preservação das fontes de vida do planeta.”
1 Deixe seu comentário 4v2s4e
O cinismo dessa mulher desafia qualquer superlativo. No mesmo plano, só mesmo o anfitrião Macron, dizendo que o petróleo da Margem Equatorial Brasileira “não é bom para o clima”. Já o do Suriname (GranMorgu, a ser explorado pela TotalEnergies), “é perfeitamente ilustrativo da nossa estratégia de transição [energética]: pelo seu impacto econômico e social para esse país sul-americano e para os esforços que estamos fazendo para minimizar as suas emissões de gases de efeito estufa”, como consta no sítio da empresa.