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INATEL RENOVA CREDENCIAMENTO NA EMBRAPII E PLANEJA DESENVOLVER NOVAS TECNOLOGIAS PARA O SETOR DE ÓLEO E GÁS 1m3u2u

Sandro Duarte AzevedoO Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), localizado em Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, conquistou recentemente o recredenciamento como Unidade Embrapii. Além de formar profissionais, a entidade facilita a transferência de tecnologia para o mercado e mantém parcerias estratégicas com empresas de tecnologia nacionais e multinacionais. Com o recredenciamento, o Inatel a a contar com um escopo ampliado, com foco nas áreas de Sistemas Digitais e Radiofrequência. Além disso, amplia sua capacidade de atender setores altamente regulados, como o de óleo e gás. “Nossa expertise em telecomunicações e TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) é reconhecida nacionalmente, e temos condições de aplicar esse conhecimento em diferentes frentes do setor”, afirmou o gerente do Departamento de Negócios do Inatel, Sandro Duarte Azevedo. “Desde o ano ado, temos nos dedicado a entender melhor esse mercado. Já iniciamos algumas ações e projetos pontuais, e estamos confiantes de que há espaço para ampliar nossa atuação na indústria de óleo e gás”, completou Azevedo. Por fim, o entrevistado detalha como o recredenciamento permitirá o desenvolvimento de soluções específicas para o setor, abrangendo circuitos integrados, desenvolvimento de softwares e inteligência artificial.

Para começar nossa entrevista, gostaria que contasse um pouco sobre a história e a atuação do Inatel.

Inatel.2 (2)O Inatel completou 60 anos agora em março. É uma faculdade de engenharia localizada em Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais — uma cidade de 40 mil habitantes que valoriza e respira inovação. Ao longo desses 60 anos, quase 40 deles foram dedicados exclusivamente ao curso de engenharia elétrica com ênfase em telecomunicações. Hoje, no entanto, já oferecemos sete cursos de engenharia em diferentes áreas, além de mestrado e doutorado em telecomunicações.

Com o tempo, o Inatel também ou a desenvolver projetos em parceria com empresas, o que levou à criação do Inatel Competence Center — um núcleo voltado exclusivamente ao desenvolvimento de projetos com o setor produtivo, que já atua há 23 anos. É por meio desse núcleo que concentramos toda nossa interface com as empresas. Para se ter uma ideia, ele responde atualmente por mais de 50% do faturamento da instituição e por quase 70% do total de colaboradores do Inatel.

Quais são as áreas de atuação do Inatel Competence Center?

O Inatel Competence Center está estruturado em quatro principais verticais. A primeira é a de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, voltada para projetos de P&D que envolvem hardware eletrônico, mecânica e software. A segunda área é a de ensaios — tanto para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) quanto para o Inmetro — oferecendo serviços de certificação e calibração de equipamentos.

A terceira frente é a de educação, com foco em formação continuada: oferecemos capacitações para empresas, cursos extracurriculares, pós-graduações, consultorias técnicas, entre outros. Por fim, temos a vertical de serviços tecnológicos, que abrange a implantação de redes de comunicação, com destaque para redes móveis e celulares em diferentes regiões do país.

O que o recredenciamento do Inatel como Unidade Embrapi representa, em termos práticos?

Embrapii_InatelO Inatel sempre teve uma visão muito positiva sobre a Embrapii. Somos uma unidade Embrapii há nove anos e, no ano ado, também nos tornamos um Centro de Competência Embrapii em redes 5G e 6G. Nesse período, já realizamos mais de 80 projetos, somando mais de R$ 80 milhões em contratos. É um modelo consolidado, apesar de ainda ser relativamente novo.

Anteriormente, nosso credenciamento era na área de Comunicações Digitais e Rádio Frequência, o que abrangia toda a parte de conectividade. Desenvolvíamos antenas, dispositivos de radiofrequência, softwares para operar esses dispositivos, entre outras soluções — essa era a base dos nossos projetos com a Embrapii até então.

Com o novo recredenciamento, ampliamos nosso escopo de atuação. A mudança no nome pode parecer sutil — agora somos uma unidade Embrapii em Sistemas Digitais e Rádiofrequência —, mas ela representa uma expansão significativa. Continuamos desenvolvendo dispositivos, gateways, sensores, soluções IoT, entre outros, mantendo nosso foco, mas agora com possibilidades ainda mais amplas.

Quais são essas novas possibilidades?

A primeira é a inclusão da área de circuitos integrados, que hoje é uma prioridade nacional. O Inatel já vem atuando com capacitações nessa área, e, com o novo recredenciamento, esperamos avançar também no desenvolvimento de projetos concretos em circuitos integrados.

A segunda grande mudança é a possibilidade de desenvolver qualquer tipo de software que se comunique com outros sistemas, como, por exemplo, ERPs utilizados por concessionárias petrolíferas ou aplicações voltadas ao monitoramento de dados. Com isso, ampliamos também nossas possibilidades com inteligência artificial. Quando nos tornamos unidade Embrapii, em 2016, IA ainda não era uma pauta em evidência. Mas, nos últimos anos, já desenvolvemos alguns softwares com uso de IA, e agora o novo recredenciamento permite fazer isso com o apoio da Embrapii. Podemos desenvolver soluções completas — desde a predição de dados até o treinamento de algoritmos para apoiar a tomada de decisão.

Diante desse recredenciamento, o que muda nas possibilidades de relacionamento do Inatel com as empresas do setor?

Inatel_Fachada campusAntes de falar das novas perspectivas, vale destacar que o Inatel já vinha desenvolvendo projetos voltados ao setor de óleo e gás, inclusive com apoio da Embrapii. Por exemplo, criamos soluções de comunicação e telemetria para poços de petróleo, voltadas à operação em ambientes inóspitos, onde muitas vezes não se consegue chegar com a tecnologia tradicional. Também desenvolvemos sistemas de localização para inspeção de dutos, especialmente no rastreamento dos PIGs — equipamentos utilizados na limpeza dessas estruturas.

Esses projetos foram realizados, em sua maioria, com empresas fornecedoras das grandes petrolíferas. Com o recredenciamento, a expectativa é ampliar esse escopo: além de continuar apoiando os fornecedores, queremos também nos aproximar das próprias petrolíferas. Vemos um potencial expressivo no desenvolvimento de soluções de monitoramento de ativos — uma dor constante dessas empresas. Já desenvolvemos projetos semelhantes em outros setores e, por isso, temos capacidade para adaptar tecnologias já existentes ou criar novas soluções.

Outro diferencial é o desenvolvimento de plataformas de software para processamento de dados. Esse é um conhecimento nativo do Inatel. Com o crescimento exponencial do volume de dados, o desafio de tratá-los com eficiência é cada vez maior — e isso tem surgido com frequência em workshops do setor. Podemos ajudar tanto na resolução de falhas de conectividade. Por fim, vale destacar o tema da resposta a emergências ambientais, que ganhou bastante relevância nos últimos anos. Nesse campo, o Inatel pode atuar de ponta a ponta: desde sensores para monitoramento em campo até sistemas de inteligência artificial capazes de prever eventos e orientar ações preventivas.

Como se dá o início de um relacionamento entre o Inatel e as empresas do setor?

O Inatel estruturou uma área de negócios dedicada exclusivamente ao atendimento de empresas. Essa equipe participa de eventos, identifica demandas do mercado e direciona cada oportunidade para as áreas técnicas mais adequadas dentro da instituição. Atuamos de forma proativa, com uma busca ativa em feiras, congressos e workshops. Além disso, recebemos muitas indicações — empresas que já desenvolveram projetos conosco e nos recomendam a outras. Temos buscado uma presença cada vez mais constante em eventos estratégicos, onde apresentamos nossas tecnologias e soluções, muitas vezes ao lado dos próprios parceiros.

Por fim, quais são as perspectivas do Inatel em relação ao setor de óleo e gás. Como vocês enxergam o futuro nesse mercado?

fpso-solEnxergamos o setor de óleo e gás como um campo que ainda carece de certas tecnologias, e acreditamos que o Inatel pode contribuir de forma relevante nesse cenário. Nossa expertise em telecomunicações e TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) é reconhecida nacionalmente, e temos condições de aplicar esse conhecimento em diferentes frentes do setor.

Desde o ano ado, temos nos dedicado a entender melhor esse mercado. Já iniciamos algumas ações e projetos pontuais, e estamos confiantes de que há espaço para ampliar nossa atuação na indústria de óleo e gás.

Sabemos que não é um caminho simples — muitas empresas do setor ainda não conhecem o Inatel. Por isso, temos feito um esforço estratégico para apresentar nossa história, nossa expertise e nossas capacidades. Também estamos em diálogo com outras unidades Embrapii que já atuam no setor, buscando parcerias para o desenvolvimento conjunto de projetos. Ainda é um movimento inicial, mas estamos otimistas com o avanço dessa aproximação.

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