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CONFLITO ENTRE ISRAEL E IRÃ ELEVA O PREÇO DO BARRIL PARA O MAIOR PATAMAR NOS ÚLTIMOS DOIS MESES E COTAÇÃO PODE PERMANECER ALTA POR MESES 21134

david-fyfeO conflito entre Israel e Irã deflagrado nesta sexta-feira (13) já está mexendo no tabuleiro mundial da indústria do petróleo e tem o potencial de continuar afetando o preço da commodity por meses. No momento da última edição desta reportagem, o preço do barril Brent estava beirando os US$ 75 — o maior valor do insumo visto nos últimos dois meses. Especialistas indicam que a escalada do conflito pode manter o valor do barril em um patamar elevado.

Para o economista-chefe da Argus, David Fyfe, os preços podem permanecer elevados (US$ 75-85 por barril do tipo Brent) enquanto persistir a incerteza acerca da resposta militar do Irã e de qualquer retaliação subsequente por parte de Israel ou dos EUA. Israel abriu o conflito na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta-feira no horário de Brasília). O Irã já retaliou o ataque com o lançamento de mísseis e drones explosivos contra Tel Aviv, capital israelense.

israel-ira-ataque-12jun2025-848x477É possível que os preços se mantenham elevados por apenas algumas semanas ou meses, no máximo. Nesse caso, a Argus provavelmente retomaria a projeção anterior de US$ 65-70 para a cotação do barril do tipo Brent em 2025 e 2026. Ataques contundentes à infraestrutura petrolífera regional ou um bloqueio total do Estreito de Ormuz poderiam levar o preço do petróleo para três dígitos (US$ 150 ou mais), mas esse quadro não é considerado altamente provável“, avaliou Fyfe.

O especialista também lembra da possibilidade de um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz, por parte do Irã. Embora não acredite que essa medida esteja na iminência de acontecer, Fyfe diz que a simples possibilidade já é suficiente para elevar os preços de energia, uma vez que aproximadamente um quinto da demanda global de petróleo é suprida por fluxos de petróleo bruto e produtos que transitam pelo Estreito de Ormuz.

exlosaoPorém, 2,5 milhões de barris diários de petróleo bruto, condensado e produtos refinados exportados pelo próprio Irã são enviados para a Ásia principalmente via Estreito de Ormuz. Por que Teerã colocaria em risco sua principal fonte de receita? Em situações anteriores de tensão e conflito regional, ameaças de fechamento do Estreito de Ormuz foram feitas, mas, até o momento, não foram concretizadas“, ponderou.

A Argus aponta ainda para o fato de que cerca de 65 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) transitam pelo Estreito de Ormuz, o que representa cerca de 15% do comércio global do produto, segundo dados da Vortexa de janeiro a maio de 2025. Nesta sexta-feira ao meio-dia em Londres, o gás ICE TTF estava em €38,50/MWh, ante €36 no fechamento de quinta-feira. “A resposta do mercado de gás foi menos acentuada do que para o petróleo bruto, uma vez que o verão na Europa é a estação de menor demanda, ainda que a região precise restabelecer os estoques para o inverno“, disse Fyfe. “Dito isso, a demanda contida e a iminente entrada em operação de nova capacidade de GNL dos EUA provavelmente limitarão movimentos ascendentes nos preços do gás, a menos que ocorra um bloqueio total de Ormuz, o que, por ora, consideramos improvável“, finalizou.

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