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AMCHAM BRASIL PROPÕE AO GOVERNO UMA PARCERIA ESTRATÉGICA COM OS ESTADOS UNIDOS EM MINERAIS CRÍTICOS E TERRAS RARAS 6b2ck

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Marty Durbin e Abrão Neto

Em meio à escalada da tensão entre a relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos nos últimos dias, empresários dos dois países estão se movimentado para fortalecer os laços comerciais no segmento de mineração. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) e a U.S. Chamber of Commerce divulgaram nesta semana uma proposta conjunta de cooperação entre Brasil e Estados Unidos com foco no fortalecimento da cadeia de minerais críticos e terras raras. O objetivo da proposta é fomentar uma colaboração estratégica entre as duas nações para ampliar a segurança no fornecimento de minerais essenciais com alta demanda no mundo todo. A entrega do documento (disponível aqui) ocorreu durante o seminário de alto nível realizado nesta semana, em Brasília, com a participação de autoridades dos dois países. Estiveram presentes representantes da Presidência da República, da Presidência da COP30, da Embaixada dos EUA no Brasil, e dos seguintes ministérios: Fazenda, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Minas e Energia, Agricultura e Pecuária.

O documento aponta que a demanda por lítio deve aumentar cinco vezes até 2040, enquanto a demanda por grafite e níquel deverá dobrar. Já a busca por cobalto e elementos de terras raras, por exemplo, deve crescer entre 50% e 60%, enquanto a demanda por cobre deve aumentar em 30%, impulsionada principalmente pelo uso de baterias em veículos elétricos e aplicações de armazenamento de energia. Acontece que o processamento mineral está concentrado em poucos países, sendo a China dominante no refino de 19 dos 20 minerais estratégicos, com uma participação média de mercado de cerca de 70%. Até 2030, projeta-se que apenas um país controle o processamento de 46% do cobre, 57% do lítio, 74% do cobalto, 77% das terras raras e 93% do grafite.

Mineração_2025_2O Brasil é um player global na mineração, especialmente em minério de ferro de alta qualidade, e detém a maior reserva de nióbio, a segunda maior de grafite e terras raras e a terceira maior de níquel. No entanto, exceto no caso do nióbio, o país ainda não é um grande processador mineral. Os Estados Unidos, por sua vez, possuem menores volumes de reservas, mas contam com empresas capacitadas no desenvolvimento de tecnologias de processamento e incentivos para reduzir a dependência de fornecedores únicos.

No contexto da nova geopolítica dos minerais críticos, o Brasil está estrategicamente posicionado para se consolidar como um parceiro confiável na diversificação das cadeias globais de suprimento. A proposta conjunta do setor empresarial do Brasil e dos Estados Unidos traça caminhos concretos para atrair investimentos, fomentar a inovação e ampliar o protagonismo de ambos os países na construção de cadeias mais sustentáveis e resilientes”, afirma Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.

A proposta, construída a partir de diálogo bilateral entre Brasil e Estados Unidos, foca em cinco áreas prioritárias. A primeira delas é a criação de um Plano de Ação para o Diálogo sobre Minerais Estratégicos, com a elaboração de um roteiro conjunto que estabeleça metas para mapeamento geológico, pesquisa e desenvolvimento, rastreabilidade, financiamento e cooperação regulatória. Em seguida, está o Mapeamento Geológico Conjunto, que prevê a ampliação da cooperação técnica entre os serviços geológicos dos dois países, utilizando metodologias avançadas para identificar reservas estratégicas.

Captura de tela 2025-06-05 200021No campo do financiamento, a proposta inclui a implementação do Acordo de Cooperação entre BNDES, DFC e Exim Bank, com o objetivo de viabilizar projetos de extração e processamento mineral. Outro eixo é o estímulo a Parcerias Tecnológicas e Empresariais para Transformação Mineral, incentivando a conexão entre empresas com tecnologia para processamento e aquelas com projetos de extração. Por fim, a proposta contempla o Engajamento Comunitário e a Sustentabilidade, com a adoção de padrões internacionais de responsabilidade socioambiental, priorizando inclusão, capacitação local e rastreabilidade.

Minerais críticos são a base da economia global e serão ainda mais essenciais nos próximos anos. Os Estados Unidos e o Brasil devem fortalecer sua parceria e trabalhar para garantir uma cadeia de suprimentos de minerais críticos que seja segura e responsável. Nossa proposta é mutuamente benéfica para ambas as nações e contribuirá para impulsionar a inovação e o crescimento“, afirmou Marty Durbin, Vice-Presidente Sênior de Políticas da Câmara de Comércio dos EUA, que liderou a delegação americana ao Brasil. “Essa proposta é uma oportunidade de aproveitar o potencial de ambos os países por meio de uma agenda estratégica e pragmática“, concluiu.

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